Doença Renal Crónica no Mundo

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um em cada dez adultos vê a sua qualidade de vida ameaçada



Campanha mundial alerta para a importância da qualidade de vida na doença renal crónica (DRC) reconhecida como um problema global de saúde pública.

Segundo o Impact Report of World Kidney Day 2020 estima-se que 850 milhões de pessoas no mundo tenham doenças renais de várias causas. Até um em cada dez adultos da população mundial tem DRC, que é invariavelmente irreversível e progressiva. O Relatório revela ainda que se prevê que a doença renal se torne a quinta principal causa de morte prematura em todo o mundo até 2040. 

Em Portugal, os números são desanimadores. O Relatório Anual 2019 do Gabinete do Registo da Doença Renal Crónica da Sociedade Portuguesa de Nefrologia mostra que a incidência de doentes a iniciar terapêutica substitutiva da função renal (TSFR) continua muito elevada – 260 por milhão de habitantes. Continuamos no topo da Europa e do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, a prevalência de doentes sob TSFR ultrapassou 2000 por milhão de habitantes.

A Sociedade Internacional de Nefrologia continua a investir na consciencialização para a sobrecarga das doenças renais em todo o mundo e a importância da saúde dos rins, tendo este ano lançado o tema Viver bem com a doença renal.

O Dia Mundial do Rim pretende aumentar a educação e a consciência para a gestão eficaz dos sintomas e o empoderamento do doente, tendo como objetivo encorajar a sua participação na gestão da doença.

É preciso olhar para a doença renal numa perspetiva holística, tendo em conta que esta doença atinge as relações profissionais, pessoais e sociais do doente e da sua família, além dos efeitos como a fadiga, a dor, a depressão, a ansiedade e os problemas de sono.

Os doentes renais precisam sentir-se apoiados, especialmente durante períodos desafiadores, como tem sido a pandemia pela COVID-19. A Organização do Dia Mundial do Rim apela para a inclusão da participação do doente na gestão da sua doença.

Esta abordagem implica uma mudança de paradigma na relação dos profissionais com os doentes. Os doentes vivenciam a doença no seu corpo todos os dias, conseguem perceber o que é melhor para eles e têm o direito a poder escolher. Neste sentido, devem ser aproveitados os saberes dos profissionais e dos doentes para que, em conjunto, possam tomar as decisões mais acertadas. Aos doentes deve ser dada informação de qualidade e de referência.

 

Sobre a doença renal crónica

A DRC consiste na perda lenta, progressiva e irreversível da função renal. 

A insuficiência renal pode ser aguda, quando aparece de forma repentina, tendendo normalmente a recuperar, e crónica, quando a falência dos rins se dá de forma lenta e progressiva, sem possibilidades de recuperação. Importa referir que um único rim saudável é suficiente para manter uma função renal completamente normal.

Pode atingir todas as idades e géneros, embora a sua incidência seja maior nos adultos e idosos.

A diabetes, a obesidade e a hipertensão arterial são causas decisivas para os números elevados da doença renal, razão pela qual o diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais. Outras causas mais frequentes incluem as glomerulonefrites, a pielonefrite e os rins poliquísticos. Podem também existir fatores hereditários que aumentam a tendência para a DRC.

A ausência de sintomas nos primeiros estádios da doença é a razão pela qual a DRC é conhecida como uma doença silenciosa. Esta inexistência inicial de indícios ou a desvalorização de alguns sintomas resultam da capacidade dos rins se adaptarem à perda progressiva da sua função, o que significa que os sinais só aparecem quando a patologia já está num estádio avançado.

Prevenir a DRC passa por manter um peso normal, evitar o tabaco e as bebidas alcoólicas e praticar regularmente exercício físico.

 

As recomendações para atrasar a progressão da DRC incluem:

  1. controlar os fatores de risco, como a diabetes e a hipertensão;

  2. diagnosticar e tratar precocemente qualquer doença renal;

  3. realizar controlos periódicos;

  4. cumprir o tratamento prescrito para a diabetes e/ou hipertensão arterial;

  5. controlar o excesso de peso;

  6. seguir uma dieta saudável, com redução do sal e das proteínas;

  7. praticar atividade física adaptada à condição e estilo de vida do doente;

  8. evitar o tabaco;

  9. limitar a ingestão de bebidas alcoólicas;

  10. evitar o consumo excessivo de analgésicos sem prescrição médica. 

 

Viver com a DRC impõe muitos desafios a quem é diagnosticada a doença. O diagnóstico e o tratamento, particularmente em estádios avançados da doença renal, têm um impacto significativo nos doentes, interferindo em todas as áreas da sua vida. 

A DRC faz parte da vida da Bruna Barata, do Cláudio Mendes, do Custódio Quibina, do Jordão Brito, da Liliana Batista, da Liliana Costa, da Marina Ferraz, do Paulo Almeida, do Ricardo Cunha, da Silvia Leite e do Thomas Anahory, mas a vida deles não se resume à DRC. São heróis desconhecidos que ultrapassam todos os obstáculos que a doença lhes impõe.

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Pelo Rim

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Imagems via WorldKidneyDay.org