Autocuidado dos cuidadores

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Como valorizar o cuidador - dicas de autocuidado dos cuidadores

 

Pode acontecer que a vontade de querer proporcionar melhor qualidade de vida ao doente é de tal forma que acontece o reverso da moeda, ficando este totalmente dependente dos seus cuidados, o que é uma posição confortável quando se é doente.

Aqui são deixadas algumas sugestões que pretendem ajudar o cuidador e atrasar a sua exaustão, facilitar a convivência com o doente e evitar que o cuidador se transforme em doente e o doente seja simultaneamente cuidador. São também apresentadas algumas sugestões que os profissionais de saúde podem seguir como forma de valorizar o cuidador.

 

  • Todas as informações sobre os cuidados devem ser sempre passadas em conjunto. O profissional de saúde deve ter o cuidado de olhar para o doente e o seu cuidador como uma equipa, incentivar ambos de forma a terem um percurso positivo, ambos têm que se ajudar.

 

  • Muito importante, transmitir ao doente e ao cuidador a necessidade que o doente tem de se manter o mais autónomo possível. Fará bem ao corpo e à mente e, desta forma, não sobrecarrega o cuidador, mas por outro lado, é também importante focar essa necessidade ao cuidador que muitas vezes é o próprio a tornar o doente mais dependente.

 

  • O trabalho de equipa é essencial. Deixar os doentes ser responsáveis pelas tarefas que ainda são capazes de executar; deixá-los tomar consciência das suas capacidades e limitações; sempre que possível, serem os doentes os responsáveis pela toma da terapêutica, pela preparação do lanche para a hemodiálise, pelos dias das consultas/exames/análises; permitir que os próprios verbalizem o que sentem.

 

  • Partilhar responsabilidades e tarefas com os seus familiares. Se houver algum familiar ou amigo que se ofereça para ajudar, não hesite e aceite. Tal deixa-o mais liberto para realizar outras atividades que necessite ou para tirar tempo para proveito próprio.

 

  • Articular os cuidados com entidades e serviços. Não esquecer o ‘serviço de apoio domiciliário’ que se pode encontrar em todas as freguesias através dos Centros Sociais e Paroquiais bem como empresas privadas. Esta pode ser uma ajuda preciosa no apoio ao doente, dando espaço e tempo ao cuidador para fazer outras tarefas e de olhar por si, cuidar de si e recarregar energias de forma a ser um melhor companheiro neste percurso de vida.

 

  • Manter a rotina familiar o mais normal possível.

 

  • Trocar experiências com outros cuidadores informais. Tal permite-lhe conviver e conversar com outros. Pode encontrar na experiência dos outros formas de cuidar diferentes da sua, mas a sua experiência pode servir de auxílio também para os outros cuidadores.

 

  • Desenvolver atividades fora de casa compensadoras. A doença renal pode consumir muito da vida social e pessoal do doente e do cuidador pelo que a solidão e o fecharem-se sobre si mesmos deve ser evitada a todo o custo. Uma dessas formas é o cuidador desenvolver atividades que o façam sair de casa e que deixem, por momentos, a doença para trás.

 

 

Gabriela Paim - Assistente social

 

 

Imagem: TheLivingRoom050 de Sarah-ji sob licença CC BY-NC-SA 2.0