Restrição de líquidos na diálise

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Hemodiálise

A restrição hídrica é um fator importante para o controlo da tensão arterial e, portanto, para a prevenção de doenças cardiovasculares.

A ingestão excessiva de líquidos com consequente ganho excessivo de peso interdialítico (entre uma sessão de hemodiálise e a outra) causa alterações à tolerância das sessões de diálise, com risco de hipotensão, náuseas, cefaleias, cãibras musculares e edema agudo do pulmão.

A restrição de líquidos é um fator muito importante para a segurança e resultados do tratamento de diálise, para o controlo da pressão arterial e, consequentemente, para a prevenção de doenças cardiovasculares.

Quando o sódio é restringido e não existe hiperglicémia (aumento dos níveis de açúcar no sangue), automaticamente os doentes reduzem a ingestão hídrica para níveis adequados.

Normalmente, a recomendação diária de ingestão de líquidos para os doentes renais crónicos em hemodiálise é de 500 ml de líquidos + volume da urina das 24 horas. Em caso de clima quente (aumento da transpiração), nas situações de febre e diarreia, recomenda-se aumentar a ingestão de líquidos para 750 ml + o volume urinário diário.

A recomendação quanto ao ganho de peso interdialítico é relativa dependendo, por exemplo, do peso seco, da diurese residual e, sobretudo, da situação clínica (problemas cardíacos, tolerância à sessão de diálise, hipotensão, episódios de sobrecarga hídrica, edemas e hipertensão arterial). Como norma é recomendado um ganho de peso nunca superior a 1,5 kg a 3 kg.

 

Diálise Peritoneal

Os líquidos não são geralmente restringidos, embora alguns autores recomendem limitação da ingestão em 750 ml/dia a 1000 ml/dia.

A maioria dos doentes pode tolerar uma ingestão de 3 L ou mais por dia, principalmente na presença de alguma função renal residual.

A recomendação diária é de 500 ml de líquidos + o volume de urina de 24 horas + o volume do líquido ultrafiltrado.

 

 

Célia Lopes - Dietista