Hospital de Vila Real cria Unidade de Hemodiálise de Agudos

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O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) criou uma Unidade de Hemodiálise de Agudos, um serviço que se pretende ser diferenciador no interior do país.

A Unidade de Nefrologia de Chaves, em conjunto com Vila Real, constitui o maior programa de hemodiálise hospitalar do país. Segundo a diretora do serviço de nefrologia, Teresa Morgado, é uma “realidade única no país de um serviço de nefrologia ser responsável por duas unidades de hemodiálise distantes 60 km”.

 

Esta nova unidade no hospital de Vila Real pretende lidar com os casos mais graves de insuficiência renal garantindo melhores condições aos seus utentes. Teresa Morgado refere o papel preponderante desta nova unidade e explica que: “Durante o tratamento, os doentes internados neste hospital fazem uma falência de tal modo grave que para continuarem a sobreviver têm, obrigatoriamente e pelo menos durante algum tempo, de serem sujeitos a este tratamento substitutivo da função renal”.

Para além de alguns utentes considerarem aquela unidade como a sua segunda casa, onde têm uma segunda família, referem a perspetiva da proximidade, sendo poupados a grandes viagens.

Em 1996, o serviço de nefrologia iniciou uma técnica pioneira que ainda hoje é considerada cientificamente como a terapêutica mais favorável a um bom prognóstico clínico em termos de sobrevivência. “Estamos a falar de uma técnica chamada de hemodiafiltração online, uma técnica que é muito mais exigente em termos técnicos e que não é possível em qualquer unidade de hemodiálise, dado o grau de exigência em termos de produção de água no nosso sistema de tratamento de águas”, explicou a diretora do serviço.

A hemodiafiltração online é considerada a aplicação generalizada da terapêutica de substituição renal mais eficiente da atualidade. Permite contribuir de forma mais eficaz para a redução do risco de complicações cardiovasculares, atualmente a maior causa de morte dos doentes em diálise. Para além de outros benefícios, a pressão arterial e a anemia podem ser mais facilmente controladas, conjugadas com uma menor resposta inflamatória e da dislipidemia.

Nem sempre foram estas as condições oferecidas aos utentes que têm necessidade de realizar hemodiálise, pelo que esta unidade trouxe benefícios importantes. Antes da existência da Unidade de Hemodiálise de Agudos, os tratamentos eram feitos numa unidade comum aos casos crónicos, num edifício contíguo ao hospital, o que obrigava os utentes a serem transportados pelo exterior. Atualmente, com este espaço, está assegurada uma melhoria notória das condições de tratamento aos utentes que sofrem destes casos de insuficiência renal grave. Teresa Morgado salienta que: “Neste momento, conseguimos que os doentes evitem essas viagens que eram, além de incómodas, inseguras do ponto de vista clínico e isso constitui, sem dúvida, a melhor melhoria que esta nova unidade traz”.

Para além de alguns utentes considerarem aquela unidade como a sua segunda casa, onde têm uma segunda família, referem a perspetiva da proximidade, sendo poupados a grandes viagens.

No futuro pretende-se um crescimento em termos de instalações e do número de vagas disponíveis, já que as solicitações são muitas. “Cerca de metade dos doentes ainda não têm aqui vaga quando necessitam de entrar em programa regular de hemodiálise”, refere a diretora do serviço. O objetivo é realizar 1500 tratamentos por ano a 350 utentes.

O CHTMAD tem o maior programa nacional de hemodiálise hospitalar, acompanhando cerca de 110 utentes em tratamento.
NotíciasPelo Rimdiálise