Doação e transplantação de órgãos – resultados de 2016

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Segundo a Coordenação Nacional da Transplantação, o número de órgãos colhidos para transplante em 2016 foi o maior de sempre, tendo-se registado pela primeira vez transplantes com órgãos de dadores em paragem circulatória (“coração parado”).

 

Pontos a destacar na doação e transplantação de órgãos em 2016

1. Maior número de dadores falecidos, superando o máximo atingido em 2009:

  • 337 dadores falecidos em 2016 (319 em 2015), dos quais dez em paragem circulatória.
  • 78% dos dadores com causa de morte médica.

2. Maior número de órgãos colhidos, superando o número verificado em qualquer ano anterior (+ 4,5%).

3. Aumento da taxa de utilização dos órgãos para 84% (79% em 2015).

4. O maior número de transplantes dos últimos cinco anos:

  • 864 transplantes realizados em 2016 (+5%), em comparação com os 824 em 2015.
  • Maior número de transplantes hepáticos e pulmonares de sempre.
  • Aumento da transplantação renal para valores superiores aos dos últimos quatro anos (2012 - 2016).

5. Pela primeira vez realizado transplantes com órgãos de dadores em paragem circulatória.

 

Em relação à tipologia dos dadores, em 2016, o maior número (327) continua a ser de dadores em morte cerebral. Houve 65 dadores vivos. No período em análise registaram-se transplantes oriundos de 16 dadores sequenciais. Pela primeira vez realizaram-se transplantes de dadores em paragem circulatória, conhecidos como dadores de coração parado, num total de dez. Os primeiros transplantes em paragem cardiocirculatória ocorreram em janeiro de 2016, no Hospital de São João (Porto).

Houve 337 dadores em 2016, mais 18 que em 2015 (6%). Do total de dadores falecidos, os que se encontram em morte cerebral na altura da colheita do órgão continuam a representar a esmagadora maioria, 327, sendo dez os dadores em paragem circulatória.

Em relação às causas de morte dos dadores, estas foram maioritariamente médicas (78%), sendo 22% traumáticas. Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) foram responsáveis pela morte de 232 dadores, os Traumatismos Crânio Encefálicos (TCE) por 56, outras causas médicas estiveram na origem de 30 mortes e os TCE com origem em acidentes de viação de 19.

Analisando os dadores falecidos por região, a maioria era do Sul (143), 99 do Centro e 95 do Norte. A região Norte registou o maior aumento dos dadores falecidos (+ 20%), em comparação com 2015.

Em 2016 houve um aumento de órgãos colhidos de dador falecido, que subiram de 896 em 2015 para 936 em 2016. A idade média dos dadores situa-se nos 55 anos. Dos 936 órgãos colhidos, foram transplantados 784 órgãos, o que reflete uma taxa de utilização dos órgãos de 84% (79% em 2015).

Em relação à transplantação de órgãos a partir de dador vivo e dador sequencial, houve mais três dadores de rim (65 em 2016 e 62 em 2015) e 15 de dador sequencial de fígado.

O número de órgãos transplantados provenientes de dador falecido, vivo e sequencial, também aumentou de 824 para 864 (mais 40 que em 2015). Destes 864 órgãos transplantados, o maior número ocorreu na transplantação renal (499), seguindo-se a hepática (272), a cardíaca (42), a pulmonar (26) e a pancreática (25). Estes dados representam o maior número de transplantes hepáticos e pulmonares de sempre e refletem um aumento da transplantação renal para valores superiores aos dos últimos quatro anos (2012 – 2016).

 

 

Pelo Rim