A história de Esme Chest
Crianças de hoje, heróis de amanhã - a história de Esme Chester
A história de hoje chega de Inglaterra, do jornal Manchester Evening News, que deu a conhecer a história de uma pequena menina inglesa de três anos que viu a sua vida se transformar em vários momentos da sua tenra idade.
Em junho de 2015, Esme Chester tinha dois anos quando os seus rins começaram a falhar. Como consequência, passou a necessitar de tratamentos de diálise, de modo a filtrar o sangue, mas na véspera de Natal o seu estado de saúde agravou-se quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e teve de ser assistida nos cuidados intensivos durante seis semanas.
Depois do AVC, viu-se obrigada a reaprender a comer e a andar, tendo celebrado o seu terceiro aniversário internada no hospital. A pequena Esme foi submetida a sessões de 12 horas de diálise, sete dias por semana mas, a dado momento, os médicos concluíram que o transplante seria a única solução para o seu problema de saúde.
Os pais de Esme submeteram-se a exames para avaliar a compatibilidade e o seu estado de saúde e ambos eram compatíveis com a filha. No entanto, os médicos do Hospital Pediátrico de Manchester entenderam que o pai, Lee Chester, era o melhor candidato para fazer a dádiva à filha.
Lee Chester afirmou ao Manchester Evening News que: “É algo que qualquer pai faria. Disse imediatamente que sim”.
Num texto publicado no Facebook, a mãe de Esme, Rachel Mulhearn, brindou ao futuro “graças ao melhor pai do mundo, que salvou a corajosa Esme depois dela ter sofrido demasiado para qualquer pessoa, quanto mais para uma criança”. E acrescentou: “Ele deu-lhe muito mais do que um presente. Deu-lhe a possibilidade de uma vida melhor e vamos ensinar-lhe que tudo é possível”.
O transplante foi realizado a 4 de agosto de 2016 e tanto o pai como a filha estão a recuperar bem. Os médicos consideraram a operação um sucesso e, nos próximos meses, a menina vai ter consultas de avaliação frequentes.
O pai de Esme Chester aproveitou para deixar um apelo à dádiva de órgãos, uma vez que ao fazê-lo “pode-se mudar a vida de uma pessoa para sempre”.
“Perante uma criança com doença renal crónica avançada, o transplante renal constitui a melhor opção terapêutica de substituição da função renal. A utilização de um rim de dador vivo, geralmente doado por um dos pais ou um familiar próximo, possibilita ultrapassar o problema atual da pouca disponibilidade de órgãos de dador cadáver associado a longos tempos de espera por um rim. Além disso, a longo prazo, o transplante renal de dador vivo associa-se a um melhor prognóstico e a uma melhor sobrevida do rim transplantado, pelo que é uma ótima opção sempre que existe um dador compatível”, explica a pediatra Liane Costa.
A história de Esme Chester é uma das várias que existem pelo mundo fora de crianças, pequenas em tamanho mas gigantes em força, que nunca desistem e lutam com determinação pela vida. A todas elas, o Pelo Rim deseja que as suas histórias sejam de sucesso e de superação.
Ao Lee Chester, que deu o rim, e à Esme Chester, que recebeu o rim do pai, fica uma ligação mais forte entre ambos e votos de que tenham uma vida longa e com qualidade.
A dádiva de um órgão é um ato de enorme generosidade que tem a capacidade de mudar a vida de quem o recebe. É um presente que tem um valor inestimável e que abre ao outro um mundo cheio de oportunidades.
Pelo Rim
Imagens: via Manchester Evening News