8º Dia do Transplante

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8º Dia do Transplante

Desde 2009 que a 20 de julho se comemora o Dia do Transplante.

Este ano, a celebração do 8º Dia do Transplante tem como tema “A Fotografia e o Transplante”. Lisboa é a cidade escolhida para acolher as festividades, decorrendo as mesmas no Parque Florestal de Monsanto. O programa pode ser consultado aqui.

Os transplantados e os seus acompanhantes não têm que suportar quaisquer custos, pelo que se devem informar junto da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT). A inscrição é feita através do site da SPT ou podem enviar mail para: secretariado@spt.pt.

 

Sobre o transplante renal

A transplantação renal é a forma mais próxima de substituir os rins nativos que deixaram de funcionar. O princípio passa pela colocação cirúrgica de um novo rim, que fará a ‘limpeza’ do sangue, tal como o rim nativo, e produzirá urina na sequência desse processo. Isto permite eliminar os tóxicos do sangue. O rim transplantado substitui também a função endócrina do rim, o que permite ao doente deixar de fazer a medicação para a anemia (se tiver necessidade dela previamente). Apenas é preciso um rim para substituir as funções dos rins que pararam.

O novo rim pode ser obtido de um dador vivo (habitualmente um familiar ou amigo que faz a dádiva benevolamente) ou de um dador cadáver.

Para saber mais sobre a transplantação renal, consulte o artigo da nefrologista Ana Farinha “Terapêuticas de substituição da função renal: transplantação renal” que explica em que consiste a transplantação renal, o transplante de dador cadáver, como é feita a seleção de rim de cadáver para um recetor, o transplante de dador vivo, quem pode ser candidato a transplante renal, os cuidados após a transplantação renal e as vantagens e desvantagens da transplantação.

 

Dados sobre a transplantação

Os dados sobre a transplantação de órgãos relativos à atividade de 2015 podem ser consultados aqui.

Segundo dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), em 2015, o número de transplantes aumentou 11% e o número de dadores aumentou 9,5%. Foram realizados 830 transplantes de um total de 381 dadores.

Em comunicado para o Público, Fernando Macário, presidente da SPT considera que os números mais recentes das transplantações são “positivos”, mas que “Portugal continua aquém do seu potencial de colheita e transplantação, tendo sido apontadas como causas para esta insuficiência:

  • o atraso no arranque do transplante em paragem cardiocirculatória;
  • as discrepâncias regionais existentes no que se refere ao transplante de cadáver, pois há unidades hospitalares que não detetam todos os potenciais dadores e colhem órgãos muito aquém do que deveriam;
  • estruturas oficiais sem capacidade para auditar e vigiar esta atividade, com registos arcaicos e em que a informação não circula entre os profissionais da área sendo, por isso, necessário repensar a rede de coordenação da colheita;
  • o desaproveitamento de órgãos, na medida em que continua a existir uma média de 130 órgãos, principalmente rins, que são colhidos, mas não são aproveitados, devido sobretudo à elevada idade média e morbilidade dos dadores;
  • a zona de Lisboa, onde está a maioria das unidades de transplantação, não tem capacidade de resposta para a realização de biopsias do enxerto renal, sempre que necessário, o que faz com que alguns dos rins de dadores mais idosos ou com patologias que poderiam ser aproveitados, acabam por ser rejeitados;
  • falta de meios do IPST para coordenar esta atividade;
  • a necessidade de apostar na formação de recursos humanos na área da transplantação e na melhoria das condições de algumas unidades de transplantação.

 

Segundo Fernando Macário, caso se tivesse mantido a tendência crescente de 2009 e 2010 seguramente estaríamos melhor, mas uma discutível reformulação das responsabilidades da tutela na transplantação e algum desinvestimento em 2011 e 2012 fizeram parar e perder muito do trabalho que já estava feito pela antiga Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST). Ainda hoje não são completamente claras as fronteiras entre as responsabilidades da Direção Geral da Saúde (DGS) e do IPST, sendo que este último reconhece que não tem os meios adequados para coordenar efetivamente este campo de atividade.

 

No caso particular do rim, segundo o DN, apesar de se ter verificado uma subida e de terem sido realizados 476 transplantes, o número maior dos últimos quatro anos, a lista de espera continua a crescer. Ana França, coordenadora nacional da transplantação, afirmou para o DN que no ano passado entraram 742 doentes novos em lista de espera, quando o habitual é entrarem 500. Por essa razão, a lista de espera era de 2053 doentes, para um tempo de espera médio de quatro anos. Estes dados reforçam a necessidade de se estimularem medidas, tais como:

  • campanhas para promoção da dádiva em vida;
  • o transplante renal cruzado, que é uma alternativa para quem quer dar em vida, mas é incompatível com o recetor. Neste caso, tenta-se reunir um conjunto de pares e fazer uma troca. Até ao momento, foram beneficiados cinco pares de dadores-recetores;
  • a colheita com dador em paragem cardiocirculatória que foi realizada pela primeira vez em Portugal no Hospital de São João, a 1 de janeiro de 2016;
  • está em perspetiva um programa de formação de enfermeiros nas clínicas de diálise para ajudar as pessoas a decidir.

 

 

A todos os transplantados, o Pelo Rim deseja que aproveitem muito bem a dádiva que foi dada e que tenham todos os cuidados necessários para manterem o órgão transplantado em boas condições. O Pelo Rim convida a verem o vídeo “Um pedaço de ti” que mostra o mundo da doação e transplante de órgãos.

 

 

Pelo Rim

 

 

Bibliografia: